sábado, 31 de janeiro de 2009



A minha intenção nesse primeiro bloco é fazer o espectador me conhecer até eu completar 18 anos. Simplesmente isso. Sem esse ponto de partida, a percepção do ambiente no qual as experiências sobrenaturais acontecem ficaria distorcida.

A descrição da "comunicação" comigo no episódio do roubo da prancha está mal contada e pouco descrita. Na verdade, quando eu comecei a correr entre a multidão eu já "discutia" com "alguém" ao repetir seguidamente, pra mim mesmo e chorando: "Por quê, então, essa prancha??? Por quê???". Eu repetia isso enquanto a minha mente já havia sido tomada pela informação de que a minha vida seria outra coisa e que eu era uma outra coisa muito diferente daquilo que eu pensava ser ou pretendia ser. Sei lá como, eu conhecia aquilo que falava comigo naquele momento de choque e tensão. Eu sabia quem eram "eles". E sabia que "eles" tinham "razão". Mas eu continuei insistindo na pergunta: "Mas por que a prancha??? Por quê???"
Foi então que aconteceu aquilo que conto no filme. Diante do meu desespero e resistência em aceitar que eu seria outra coisa e teria outra vida, eu senti que "aquilo" que falava comigo havia se irritado e perdido a paciência. Nesse ponto aconteceu a comunicação verbal bem no meu ouvido: "O recado tá dado!!!"
E assim que a "coisa" se retirava com rispidez, a sensação de congelamento da minha emoção me fazia parar de correr e apenas ficar olhando em volta, atônito.

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