sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

ÍCARO, CONTEMPLAÇÃO & SONHO

Tenho 48 anos e sou nascido no Rio de Janeiro. Na minha juventude, quando vivia o auge da minha paixão pelo surf, um estranho acontecimento no verão de 1979 começou a abrir a minha consciência para dimensões ocultas do ser. Eu tinha acabado de completar 18 anos. No início dos anos 80, depois de uma sequência de experiências sobrenaturais, meus desenhos de bonecos infantis, ondas e pranchas toscas começaram a sofrer uma estranha, rápida e radical transformação.

1º Bloco


Subitamente eu descobri que havia na minha mão os movimentos condicionados que criavam nus típicos do Renascimento italiano. Nesse ponto, o reconhecimento do estilo e imagens de Michelangelo Buonarroti no meu desenho passou a ser uma rotina diária, e quando eu ainda sequer sabia de quem se tratava. Eu não tinha interesse algum em História da Arte. O surf era o meu mundo.

2º Bloco


Mas o ano de 1983 começou com uma das experiências mais transcendentes de toda a minha vida: a lembrança da morte de Vittoria Colonna bem na minha frente. Ela havia sido a única mulher com quem Michelangelo manteve um relacionamento próximo. Enquanto mergulhava na maior confusão existencial e emocional de que me lembro, a minha vida de garotão, surfista da zona sul carioca, desmoronava até não sobrar mais nada. E uma constatação chocante se instalava para sempre na minha mente: eu sou Michelangelo Buonarroti.

3º Bloco


Começava, então, a batalha entre a vida normal, lógica e racional baseada nos fatos concretos e a loucura de fenômenos e comunicações sobrenaturais de uma outra dimensão paralela a esta em contato quase diário comigo.

4º Bloco


A busca pela descoberta de uma prova física que comprovasse, para mim mesmo, que tudo era verdade teve início. O resultado disso foi uma estrutura de madeira criada para que eu pudesse fazer uma comparação geométrica detalhada com o Escravo Rebelde (escultura minha daquela época). Várias qualidades tridimensionais descobertas atestaram a minha identidade natural: Michelangelo.

5º Bloco


Eu mantive essa minha estória em segredo por 25 anos. A última década eu passei tentando parecer um sujeito normal numa vida normal. Mas eu não sou nada disso. E apesar dos inúmeros mistérios ainda por serem compreendidos em tudo o que eu vivi, há uma decisão que não posso adiar mais: eu tenho que informar a todos ao meu redor que Eurico Poggi e Michelangelo Buonarroti são a mesma pessoa.

6º Bloco


Aproveitem a oportunidade, perguntem-me o que quiserem, porque sou o mesmo em muitos aspectos, mas muito diferente em alguns mais pessoais. Porém, desse momento em diante, a minha reação não terá mais os antigos limites de quando me escondia.